Simulado 5 questões ciências humanas - Simulados Online Grátis

Novo simulado postado com cinco questões para aprender sobre ciências humanas e fazer uma excelente prova do Enem em 2020.

Simulado Questões Ciências Humanas - ENEM 2020

Caricatura de Théo, Revista Careta, 23/04/1960.
A charge acima, datada de 1960, refere-se aos resultados do Programa de Metas, implementado pelo então presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961). Posto em prática, o plano levou a um acelerado crescimento econômico que, no entanto, gerou efeitos colaterais, tais como:
- Redução do Produto Interno Bruto (PIB) e queda dos preços.
- Redução do patriotismo e fortalecimento das esquerdas.
- Inflação e endividamento externo.
- Aumento dos salários de trabalhadores e redução do poder de consumo das camadas médias.
- Retração do desenvolvimento industrial e estabilização econômica.
A emancipação do tradicionalismo econômico parece sem dúvida ser um fator que apoia grandemente o surgimento da dúvida quanto à santidade das tradições religiosas e de todas as autoridades tradicionais. Devemos porém notar, fato muitas vezes esquecido, que a Reforma não implicou na eliminação do controle da Igreja sobre a vida quotidiana, mas na substituição por uma nova forma de controle. Significou de fato o repúdio de um controle que era muito frouxo e, na época praticamente imperceptível, pouco mais que formal, em favor de uma regulamentação da conduta como um todo, que penetrando em todos os setores da vida pública e privada, era infinitamente mais opressiva e severamente imposta.” WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Editora Pioneira, 1999. p.12. Segundo Max Weber, o estabelecimento de novas normas sociais foi possível graças
- à emancipação do tradicionalismo econômico.
- à relação entre a Reforma religiosa e o capitalismo.
- ao controle da Igreja na vida quotidiana.
- aos vários setores da vida pública.
- A luta das classes oprimidas pelos burgueses
Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, é assim que deveríamos nos referir a elas: a cultura esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou a raça judaica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas não era um relativista que acreditava que todas as culturas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tábula rasa. Ele considerava a civilização europeia superior às culturas tribais, insistindo apenas em que todos os povos eram capazes de atingi-la. Não negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver diferenças entre as pessoas de um mesmo grupo étnico. O que importava para ele era a ideia de que todos os grupos étnicos são dotados das mesmas capacidades mentais básicas.
A antropologia é uma ciência que tem como foco o estudo sobre o ser humano e a humanidade abrangendo todas as suas dimensões. O fenômeno da aculturação é o processo de modificação da cultura do indivíduo ou grupo que se adapta a outra cultura ou dela tira traços. - (Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana, 2004. Adaptado.) A análise de manifestações culturais se manifesta quando:
- criações culturais são desenvolvidas a partir da assimilação de traços de outras culturas.
- as diferenças culturais são biologicamente condicionadas.
- os critérios para comparação entre culturas são inteiramente relativos.
- civilizações se fecham e retomam aos modelos culturais do passado.
“Realmente, a cólera, a fome, os dois meses de sofrimentos e aquela correria desenfreada pelas minas tinham transformado em mandíbulas de animais ferozes as feições plácidas dos mineiros de Montsou. Naquele momento o sol desaparecia; os últimos raios, de um púrpuro sombrio, pareciam ensanguentar a planície. Era a visão vermelha que arrastaria a todos, fatalmente, numa dessas noites sangrentas desse fim de século . Sim, uma noite, o povo em torrentes, desenfreado, correria assim pelos caminhos, gotejando o sangue burguês, exibindo cabeças, semeando o ouro dos cofres arrombados. As mulheres gritariam, os homens abririam suas queixadas de lobos, prontos para morderem. Sim, seriam os mesmos farrapos, o mesmo matraquear de tamancos grosseiros, a mesma turba assustadora, suja, de hálito fétido, varrendo o mundo caduco com a sua irresistível avalancha de bárbaros. Arderiam incêndios, nas cidades não ficaria pedra sobre pedra, regredir-se-ia à vida selvagem das florestas após o grande cio, o grande regabofe, em que os pobres, numa só noite, extenuariam as mulheres e esvaziariam as adegas dos ricos. Não sobraria nada, as fortunas e os títulos das situações adquiridas desapareceriam, até o dia em que talvez desabrochasse uma nova sociedade. Sim, eram essas coisas que estavam passando pela estrada, como uma força da natureza, e vinha delas o vento terrível que lhes açoitava os rostos. Um enorme clamor se elevou, dominando a Marselhesa:
-Pão! Pão! Pão! (Émile Zola. Germinal. São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 359-361).
A passagem acima se encontra na obra Germinal, escrita em 1881. Nela, Émile Zola descreve uma marcha dos mineiros do carvão de Montsou, norte da França que, torturados pela fome, após dois meses de greve, clamavam por pão. Enquanto representação da dura realidade vivida pelos operários das minas francesa do final do séc. XIX, o romance:
- Insere-se no contexto da Revolução Francesa, reconstruindo a história de operários que adquiriam lentamente sua consciência de classe.
- Incita o questionamento quanto a legitimidade da ação dos operários, vista como desnecessária.
- Inserido no contexto da Segunda Revolução Industrial, propicia a reflexão sobre a necessidade de mudanças sociais que garantissem aos trabalhadores uma vida mais digna.
- Elogia o capitalismo em plena ascensão do século XIX que, embora tornasse mais precária a vida de trabalhadores, era símbolo do progresso e da evolução.
- Ressalta a fortalecimento do sentimento nacional que, em finais do século XIX, propiciou o surgimento de novas nações lideradas por operários, como Itália e Alemanha.
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania
- possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
- estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
- era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
- tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
- vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.